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Antes de falar da minha vida profissional quero dizer que como toda Mulher Contemporânea sou Filha, Amiga, Irmã, Esposa, Mãe dedicada etc. coisa e tal. Procuro viver intensamente e da melhor forma possível, os dias que me são permitidos viver. Como Virginiana, exigo muito de mim e acabo cobrando muito dos outros. Sou detalhista e organizada Em toda minha vida sempre busquei a perfeição e creiam meus queridos, sofria muito com isso. Hoje mais vívida e madura, descobri que a perfeição inexiste, assim sendo, escolhi deixar de sofrer e ser mais feliz !!! Falando do profissionalismo, em 1.989 juntamente com meu esposo ( Médico Urologista ) fundamos a Clínica Uroclin Unidade Urológica e Pronto Socorro S/C Ltda, onde exerço os Cargos: Diretora Administrativa e Coordenadora da mesma. Como Psicóloga Clínica especializei-me em Sexualidade Humama e Terapia Breve de Casais. Atendo Consultas e Avaliações Psicológica com hora marcada à Rua Bom Pastor, 2.606 - Ipiranga-São Paulo - Fones: (11) 2914.6290 / 2914.1219

sábado, 20 de agosto de 2011

Relacionamentos ...

Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos ( relacionamentos ) são de dois tipos: Há os casamentos do tipo Tênis e há os casamentos do tipo Frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e tem a chance de ter vida longa.

Para começar, uma afirmação de Nietzsche com a qual concordo inteiramente. Dizia ele:

" Ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: Você crê que seria capaz de conversar com prazer com  esta pessoa até a sua velhice " ???

Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.
Sheerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rápidamente, terminam na morte, como no filme " O Impérios dos Sentidos ".
Por isso, quando o sexo já estava morto na cama e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitva pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites.

O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fosse música. A música dos sons ou da palavra é a
sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com as palavras. E contráriamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras e não ficar repetindo o tempo todo:  " EU TE AMO ... ".

Barthes advertia: " Passada a primeira confissão, " Eu te amo " não quer dizer mais nada. É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra em sua nudez poética " .   Recordo a sabedoria de Adélia Prado: 
" ERÓTICA É A ALMA "

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E mais, a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua "cortada", palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogador não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora do jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza do outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta,  a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui, ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém  fica feliz quando o outro erra, pois o que se deseja é que ninguem erre. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos.

A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá ...
Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam a espera do momento certo para a cortada.
Tênis é assim :  recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo como bolha de sabão ...
O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada de coração.
O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem- cresce o amor- ...
Ninguém ganha para que os dois apanhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim ....


Autor: Rubens Alves


PS:
Que mente iluminada desse autor ... Que maravilha ...
Explicação e associação inteligente fez Rubens Alves entre os jogos: tênis x frescobol x relacionamentos  !!!
Parabéns por mais esta obra !!!  Sou sua fã nata desde o livro:  No País das |Sombras Longas ...  
Regina Verissimo

Um comentário:

  1. Adorei a associaçao regina. muito bom.
    Tomara que o meu casamento seja sempre como um jogo de frescobol!!!
    Beijos

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