Técnicas de Terapia Psicossexual

Antes de 1960 era costume acreditar que a maioria das disfunções sexuais era consequência de conflitos do inconsciente reprimido adquiridos na infância e adolescência. Nesta época seu tratamento estava entregue aos psicanalistas. As técnicas de terapia sexual atuais são os resultados do trabalho pioneiro de um casal de pesquisadores americanos ( Willian Masters e Virginia Johnson ) desenvolvido entre os anos de 1.960 e 1.970. Eles consideravam que a maioria dos problemas sexuais tinha como causa problemas comportamentais. Eles utilizaram uma combinação de terapia comportamental e psico-educacional. Com o tempo esta abordagem terapêutica veio sofrendo modificações até evoluir mais recentemente para a terapia cognitiva sendo a mais utilizada. Terapia Cognitiva significa tratamento relacionado  à aquisição de um conhecimento, ou seja, é aquela que leva o paciente a conhecer ( ou reconhecer ) as causas como: ansiedade, medo, insegurança, temor, etc., que o leva a ter um mau desempenho sexual e reconhecendo a se livrar delas.

O princípio mais importante do método Masters e Johnson era o tratamento do relacionamento dos parceiros, visando a redução da ansiedade e a melhora da comunicação. De início o casal é estimulado a reaver a intimidade perdida e temida, através de carícias e toques que nunca serão na genitália. Eles deverão conversar e identificar um para o outro as partes de seu corpo que lhe dão mais ou menos prazer ao serem acariciados. O objetivo é fazer os parceiros ficarem " desligados " e relaxados. Quando este ponto de relaxamento for atingido, eles serão estimulados a fazer toques e carícias genitais, sem a obrigação e mesmo a proibição de uma introdução, mesmo que a ereção plena apareça. Os objetivos finais desses exercícios é conseguir a penetração vaginal sem perda de ereção ou de ejaculação muito rápida. Posteriormente,  se estimula a introdução mas sem os movimentos próprios do coito. O homem então aprende a manter tanto sua ereção, enquanto introduzido, quanto a controlar seu momento ejaculatório.

Quando isto for alcançado, é então permitido ao casal o prosseguimento dos movimentos coitais. O homem passa a aprender  a manter sua ereção intravaginal, cujo problema ejaculatório ou erétil vai aos poucos desaparecendo. Quanto mais  precocemente ela for iniciada,  melhores os seus resultados. Em pacientes jovens e com disfunção sexual primária ela é mesmo imprescindível. É comum, quando ela tem sucesso o paciente solicitar que a mesma se prolongue para que sejam resolvidos outros problemas. Ainda que muitos abandonem essa técnica, por motivos dos mais variados, na mão de um psicoterapeuta sexual qualificado, um grande percentual de curas poderá ser obtido. Os casos de insucessos estão relacionados em geral a baixa qualidade no relacionamento sexual dos parceiros e a pouca motivação para alcançar um bom resultado.



Regina Celia T.Verissimo
Psicologa Clinica/ Psicoterapeuta Sexual
CRP: 06/48809-1